terça-feira, 27 de janeiro de 2015

DOLLAR HIGH RETRACTS PURCHASE OF IMPORTED

RIOBRANQUENSES  FOGEM DAS “COMPRAS EM BRASILÉIA”

Parece que a associação do nome de Brasiléia com Cobija – Pando – Bolívia, está desgastada há algum tempo. Não por circunstâncias inerentes a própria cidade, mas  de externalidades conjunturais nacionais e internacionais. Ou seja: depois da crise mundial de 2008 (chamada de marolinha pelo Lula) , a moeda americana despencou e o real foi perdendo seu poder de compra, ainda que gradativamente...
Quando comparamos a cotação não do dólar, mas da moeda boliviana diante do real, verificamos que em 5 anos nossa "moeda virou pó". Por isso a reclamação dos rio-branquenses que não veem vantagem nenhuma de viajar para Brasiléia (diga-se de passagem que muitos ficam é em Epitaciolândia e usam apenas o estacionamento da Wilson Pinheiro por estar mais próxima do “Centrão” e acesso sem fiscalização). Vejamos o quadro abaixo com o valor fixo de R$1,00 para conversão:

ANO
Boliviano (oficial)
Boliviano (câmbio paralelo) ±
2011
4,106
3,80 – 3,50
2012
3,502
3,50 -  3,00
2013
3,163
3,00 - 2,70
2014
2,880
2,70 - 2,60
2015
2,594
2,50
 Fonte: Amaral

Em outras palavras, quando um cidadão boliviano vinha do lado brasileiro e  precisava comprar um suco que custava R$ 1,00 (um real) em 2011, precisava pagar B$4,00 (quatro bolivianos em sua moeda). Hoje caminha pra ficar perto de 2x1. Agora pensa na conversão inversa, quanto ficou mais complicado comprar do lado de lá. Quem já mora na cidade ainda usufrui de certos benefícios dada a curta distancia e a travessia feito na caminhada ou pagando um moto táxi boliviano de preço acessível. Mas quem mora longe é outros quinhentos.

Além da cotação,  podemos destacar alguns fatores desfavoráveis para comprar, não para deixar de ir a Brasiléia que continua sendo uma das melhores cidades pra visitação:

1.  Sucessivos aumentos da gasolina que encarecem uma viagem particular;
2.  O valor de uma passagem de taxi no período em questão subiu mais de 100%;
3.  O famoso “tratamento vip” dispensado aos brasileiros pelos bolivianos;
4.  A maior participação dos potenciais clientes no e-commerce;
5.  Risco de confisco da mercadoria pela PF, RF, PRF, FN e PM;
6.  Facilidade de crédito na internet para eletroeletrônicos, seguido de nota fiscal e garantias;
7.  Presença em Rio Branco de algumas lojas físicas de renome nacional no Shopping Via Verde;
8.  Custo benefício insatisfatório, já que é possível comprar nos camelódromos  os mesmos produtos com pouca diferença de preço;
9.  Preferência de ir a Plácido de Castro que tem menor consumo de gasolina; menos tempo de viagem e nas compras no atacado os valores ficam equiparados a Cobija...

Tudo o que foi descrito aqui não tem o caráter de desmotivar a ida de turista a Brasiléia, pelo contrário, isso tem ocorrido naturalmente. Nem quero insinuar que as  pessoas estão deixando de ir para Brasiléia. Apenas estão indo em menor quantidade e comprando menos. 

Essa situação serve apenas para reflexão: O que de concreto os prefeitos e governos fizeram nos últimos 20 anos para redução de nossa dependência da economia vizinha? E o comércio local? Cadê os Free Shops? E os projetos turísticos para a cidade? Morreram na má administrada e mal sucedida “Vila Brasília” feita nas bordas do perímetro urbano? Onde está o plano ou projeto urbanístico da cidade?Pra ser sincero, não há nada no sítio urbano que deixe no turista uma marca de impacto. Se quiser ver esse esforço de melhorar a paisagem urbana, precisa ir pra Cobija mesmo. E, pra surpresa, as obras de melhorias de infra estrutura e paisagismo se expandem para a periferia do Departamento.

Enquanto isso, no lado de cá, já soma-se quase cinco anos de vias públicas deterioradas que levam na lembrança de cada visitante, uma cidade mau conservada, péssima para transitar e que é mau falada por todos que voltam a seus locais de origem. A que ponto nós chegamos...

Resta a este povo apenas a esperança de um  maior apoio das autoridades para Brasiléia, para que os turistas tenham motivos múltiplos para estar aqui. E não apenas, em tempos que a cotação do dólar esteja favorável para compras na Bolívia.


Fonte de cotação da moeda:

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