RIOBRANQUENSES FOGEM DAS “COMPRAS EM BRASILÉIA”
Parece
que a associação do nome de Brasiléia com Cobija – Pando – Bolívia, está desgastada há algum
tempo. Não por circunstâncias inerentes a própria cidade, mas
de externalidades conjunturais nacionais e internacionais. Ou seja: depois
da crise mundial de 2008 (chamada de marolinha pelo Lula) , a moeda
americana despencou e o real foi perdendo seu poder de compra, ainda que
gradativamente...
Quando comparamos a cotação não do dólar,
mas da moeda boliviana diante do real, verificamos que em 5 anos nossa "moeda virou pó". Por isso a reclamação dos rio-branquenses que não veem vantagem
nenhuma de viajar para Brasiléia (diga-se de passagem que muitos ficam é em
Epitaciolândia e usam apenas o estacionamento da Wilson Pinheiro por estar mais
próxima do “Centrão” e acesso sem fiscalização). Vejamos o quadro abaixo com o
valor fixo de R$1,00 para conversão:
ANO
|
Boliviano
(oficial)
|
Boliviano
(câmbio paralelo) ±
|
2011
|
4,106
|
3,80 –
3,50
|
2012
|
3,502
|
3,50
- 3,00
|
2013
|
3,163
|
3,00
- 2,70
|
2014
|
2,880
|
2,70
- 2,60
|
2015
|
2,594
|
2,50
|
Em outras palavras, quando um cidadão
boliviano vinha do lado brasileiro e
precisava comprar um suco que custava R$ 1,00 (um real) em 2011,
precisava pagar B$4,00 (quatro bolivianos em sua moeda). Hoje caminha
pra ficar perto de 2x1. Agora pensa na conversão inversa, quanto ficou
mais complicado comprar do lado de lá. Quem já mora na cidade ainda usufrui de
certos benefícios dada a curta distancia e a travessia feito na caminhada ou
pagando um moto táxi boliviano de preço acessível. Mas quem mora longe é outros quinhentos.
Além da cotação, podemos destacar alguns fatores desfavoráveis
para comprar, não para deixar de ir a Brasiléia que continua sendo uma
das melhores cidades pra visitação:
1.
Sucessivos
aumentos da gasolina que encarecem uma viagem particular;
2.
O valor de uma
passagem de taxi no período em questão subiu mais de 100%;
3.
O famoso “tratamento
vip” dispensado aos brasileiros pelos bolivianos;
4.
A maior participação
dos potenciais clientes no e-commerce;
5.
Risco de
confisco da mercadoria pela PF, RF, PRF, FN e PM;
6.
Facilidade de
crédito na internet para eletroeletrônicos, seguido de nota fiscal e
garantias;
7.
Presença em Rio
Branco de algumas lojas físicas de renome nacional no Shopping Via Verde;
8.
Custo
benefício insatisfatório, já que é possível comprar nos
camelódromos os mesmos produtos com
pouca diferença de preço;
9.
Preferência de
ir a Plácido de Castro que tem menor consumo de gasolina; menos tempo de viagem
e nas compras no atacado os valores ficam equiparados a Cobija...
Tudo o que foi descrito aqui não tem o caráter
de desmotivar a ida de turista a Brasiléia, pelo contrário, isso
tem ocorrido naturalmente. Nem quero insinuar que as pessoas estão deixando de ir para Brasiléia. Apenas estão indo em menor quantidade e comprando menos.
Essa situação serve apenas para reflexão: O que de concreto os prefeitos e governos fizeram nos últimos 20 anos para redução de nossa dependência da economia vizinha? E o comércio local? Cadê os Free Shops? E
os projetos turísticos para a cidade? Morreram na má administrada e mal
sucedida “Vila Brasília” feita nas bordas do perímetro urbano? Onde está o plano ou projeto urbanístico da cidade?Pra ser sincero , não há nada no sítio urbano que deixe no turista uma marca de impacto. Se quiser ver esse esforço de melhorar a paisagem urbana, precisa ir pra Cobija mesmo. E, pra surpresa, as obras de melhorias de infra estrutura e paisagismo se expandem para a periferia do Departamento.
Enquanto isso, no lado de cá, já soma-se quase cinco anos de vias públicas deterioradas que levam na lembrança de cada visitante, uma cidade mau conservada, péssima para transitar e que é mau falada por todos que voltam a seus locais de origem. A que ponto nós chegamos...
Enquanto isso, no lado de cá, já soma-se quase cinco anos de vias públicas deterioradas que levam na lembrança de cada visitante, uma cidade mau conservada, péssima para transitar e que é mau falada por todos que voltam a seus locais de origem. A que ponto nós chegamos...
Resta a este povo apenas a esperança de um maior apoio das autoridades para Brasiléia, para que os turistas tenham
motivos múltiplos para estar aqui. E não apenas, em tempos que a cotação
do dólar esteja favorável para compras na Bolívia.
Fonte de cotação da moeda: