quarta-feira, 16 de abril de 2008

Macaxeira X castanha do Brasil

Em 2007, dias 28, 29 e 30 de setembro o município de Epitaciolândia lançou o 1º Festival da Macaxeira. Enquanto no município vizinho, Brasiléia, realizou a partir de 26 de outubro o III Festival da Castanha. Existe festas similares espalhadas em muitos municípios da Amazônia Legal e do Nordeste. Festival ou Festa da castanha ou castanheiro já possuem casos que estão com mais de 20 edições. Pela festa que atrai milhares de pessoas de vários lugares do Acre e do Brasil pode-se creditar uma importância cultural para essas populações que precisam de "movimentos", "cores" e "alegria".
Por outro lado o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) em parceria com o governo do Estado através da Secretaria do Esporte, Turismo e Lazer (Setul) e as prefeituras não se preocuparam em criar festas que correspondessem à realidade do povo. Festa por festa os bares estão cheios todos os finais de semana sem um acréscimo real à cultura e economia do lugar. No extrativismo , Brasiléia poderia fazer "Festival do Açaí" (competir com Feijó); Nas culturas temporárias viria o "Festival do Milho"; e no setor de animais de grande porte, a "Festa do Boi". Assim, Xapurí ficaria de forma justa com o "Festival da Castanha", podendo ainda ter a opção de "Festival de Cavalos, Suinos e Aves"; Restaria para Epitaciolândia dentro de suas potencialidades investir no "Festival da Borracha"; "Festival da Macaxeira" está coerente, bem como em cultura temporária haveria também a banana. "Festival da Banana de Epitaciolândia." No entanto, vale ressaltar que as festas realizadas por estes municípios não corresponde ao Capital de Giro (circulante) da cidade. Apenas aparecem nos dados de arrecadação de impostos de cada um deles,porém, a população não vive da coleta ou produção dos produtos em evidência nestes festivais.
Outra questão a ser levantada é que até o momento não se tem no lado gastronômico uma ênfase para a utilização do produto no cardápio. Não por culpa dos chefes de cozinha que participam dos concursos de culinária, mas por tratar-se de festas fora de época ou sem produção suficiente. Basta Lembrar o caso de Brasiléia que realiza o "Festival da Castanha" em outubro quando a coleta desta amêndoa ocorre a partir de dezembro e vai até março. Assim como Sena Madureira faz o "Festival do Mandim" e compra peixe de outras cidades ou ainda Feijó que precisa estocar por meses e comprar dos arredores o acaí de seu festival. Assim, quem já esteve em Brasiléia e Epitaciolândia, nota que de castanha e macaxeira não se vê quase nada. Na entresafra além de diminuir a oferta ainda aumenta o custo de produção de alimentos para a população visitante dessas cidades. É preciso que os governos municipais revejam suas festas com a comunidade para não fazer só uma bucha pra inglês ver e agradar os orgão governamentais que buscam incentivar o ecoturismo do lado inverso. Primeiro anunciam a farinha da farofa para depois incentivar a produção de mandioca. Pode. Reflita e conteste os dados.