quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

OBESITY IS AWARDED IN CASH ACRE - BRAZIL

GOVERNOS DO ACRE ESTIMULAM A OBESIDADE COM R$ 3.000,00 (três mil reais)

Parece estranha a informação,mas é o que está publicada em página oficial da agência de notícias do governo do Acre:
"O governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) e a Prefeitura de Rio Branco, por intermédio da Fundação de Cultura Garibaldi Brasil (FGB), abrem as inscrições para Concurso da Realeza do Carnaval 2014, da cidade de Rio Branco, na próxima segunda-feira, 3."
E é no artigo 6º do Regulamento de inscrição do Concurso de Realeza do Carnaval 2014 que consta que o candidato a Rei Momo (alíena "d") deve pesar no mínimo 130 kg e os vencedores por categoria receberão 3.000,00 (três mil reais). Que absurdo! Porque o poder público rema contra a maré e as tendências mundiais de combate a obesidade mórbida premiando o mais obeso no festejo de carnaval? Nada contra os gordos, pois todo mundo tem algum membro da família, amigos e colegas de trabalho que batalham contra o peso, mas não patrocinados para permanecerem num estágio doentio ano a ano para garantir a participação num concurso que o governo por meio da FGB e FEM realiza.

Basta lembrar que entre uma das 8 metas do Milênio da ONU, reza sobre o bem estar da população  mundial, que não condiz com IMC acima do ideal per capita.
Em pesquisa do Ministério da Saúde, no período de 2006 a 2012, revelou que em apenas 6 anos o índice de obesidade no Brasil aumentou 54%, em função disso em muitas cidades brasileiras esse tipo de exigência tem sido abandonada para não fazer apologia a obesidade: 
"Hoje existe concurso para a escolha do Rei Momo em vários estados do Brasil. Para participação do certame é preciso ser muito simpático e esbanjar alegria, além de pesar no mínimo 120 quilos. Esta última exigência vem sendo abandonada nos últimos anos, considerando-se os problemas de saúde causados pela obesidade." Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Rei_Momo
No entanto, o que se vê pelo Brasil afora são gordos sendo incentivados a permanecerem gordos para se superarem a cada concurso e vencerem o tão sonhado prêmio e ter as chaves da cidade e o glamour de vencedor, como acontece a anos com o conhecido REI MOMO DA CIDADE, campeão várias vezes desde 2002:
“Estou no final desse reinado e incentivo os outros candidatos a se preparar mais ainda a cada ano. É preciso gostar de carnaval para ser rei e eu participo até hoje por isso, porque tenho amor a festa”, (...).
http://noticiadoamapa.blogspot.com.br/2012/02/concurso-para-escolha-da-realeza-do.html 
Este, para quem se lembra passou pelo  drama de fazer cirurgia para redução de estômago pois sofria com as consequências do excesso de peso e até foi presidente da Associação dos Obesos do Acre,  mas logo depois por volta de 2008, não conseguindo as cirurgias de reparação, voltou ao batente por amor ao carnaval e ainda reinou até fevereiro de 2013, quando perdeu o concurso.
Já imaginaram isso? Teve a chance de lutar pelo enquadramento de uma vida saudável mobilizando a sociedade pela causa e a abandonou esta oportunidade para simbolizar a figura da alegria e da glutonaria,típica de sua origem em Roma? Não seria a falta de assistência do mesmo poder público que lhe exaltava nos palcos? As mesmas autoridades que acompanharam seu drama mas continuavam a promover o mesmo concurso e premia-lo por ser um dos vencedores do concurso? (não quero dizer que o concurso trata-se apenas de pesos pesados, o regulamento deixa claro as regras)
Essa ambição pelo concurso de realeza tem levado a perda de qualidade de vida e a mortalidade de muitos candidatos envolvidos em tal atividade como comprova inúmeros jornais brasileiros e o Ministério da Saúde tem se mobilizado para mudar este quadro de modo preventivo:
"Apesar da tendência de crescimento da obesidade entre os brasileiros, o Ministério da Saúde pretende manter a política para prevenção e combate ao excesso de peso da população. Entre as ações planejadas está a construção de academias e a contratação de profissionais para orientar a população no uso dos aparelhos e o programa de orientação nutricional para os alunos da rede pública de ensino."
“Percebemos a necessidade de preparar os adultos do futuro, mas também é necessário dar alternativas aos adultos de hoje que já se encontram com sobrepeso”, afirmou ontem o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Disponível em: < http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1403478
Mas, ao mesmo tempo que o governo e a prefeitura se apropriam dos programas do MS,como as academias populares, incentivam um concurso de rei momo. Como é que pode? Não podemos enquanto unidade da Federação contribuir para o agravo do problema.
Que o obesos brinquem o carnaval como qualquer um outro, mas que não sejam incentivados a permanecer na condição que estão e que o Estado e município garantam o tratamento a todos os que estão acima do peso ideal com sérios riscos de vida.

NOS MOLDES QUE ESTES CONCURSOS SÃO FEITOS, SOU A FAVOR DA ABOLIÇÃO DO REI MOMO E QUE CRIEM UMA CATEGORIA PARA AQUELES QUE ESTÃO BUSCANDO RESTAURAR A VIDA SAUDÁVEL COMO VEM ACONTECENDO EM TODO BRASIL TRANSMITIDOS PELA RECORD, REDE GLOBO E ATÉ TV ACRE COM A PERDA DE PESO EM FORMA DE REALITY SHOWS.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

ACRE OF RIVER FLOOD - BRAZIL AND THE DILEMMA OF HOMELESS


A ENCHENTE DO RIO ACRE E O DILEMA DOS DESABRIGADOS

Todos os anos de janeiro a fevereiro os assuntos mais badalados da mídia do Acre são: dengue, alagação, carnaval, compra de material escolar, início das aulas, reajuste das mensalidades de escolas particulares, IPVA, IPTU, reinício dos trabalhos legislativos, dentre outros. De todos eles o mais badalado é o da enchente do rio acre e seus contratempos. Este mostra o "lado benevolente de toda a estrutura do Estado" e ainda rende votos. Ou seja, é mais fácil decretar estado de emergência e fazer compras sem licitação do que combater o problema em sua raiz.

É mais cômodo e politicamente favorável mobilizar toda a estrutura da máquina e voluntários da sociedade civil para garantir num único pacote: assistência médica, salas de leitura, lazer, jogos, inúmeras refeições durante o dia; doações de bens e outros serviços do que dar um basta nesta dinâmica. Onde está um plano de governo em longo prazo para reduzir a zero os moradores das áreas de risco?
É claro que estamos falando de uma herança maldita que se arrasta anos a fio e nenhum administrador e nem um partido encarou. Todos conhecem as causas e até ensaiam uma mudança, mas as providências caminham a passos de tartaruga.
E pior, às margens dos rios, dos igarapés e dos esgotos ainda ocorrem ocupações de moradias irregulares que continuam a desafiar o poder público. “Existe uma covardia” de encarar a “indústria do mercado imobiliário” que nunca reduz o déficit de moradias. 
No entanto, enquanto milhares de pessoas aguardam as casas populares que são entregues em pequenos lotes mal construídas, outros já colocam à venda ou para locação suas casas conforme denunciado ano a ano nos meios de comunicação e ciclo volta novamente. O retorno pra área que havia sido removida. Onde está o poder do Estado? 
Enfim, se os administradores do PT saíssem do poder ao final do ano de 2014, qual teria sido a contribuição dada em 16 anos para reduzir drasticamente as moradias irregulares às margens do rio ou das áreas inundáveis? Se disserem que fizeram muito, apresentem em percentuais quanto ao número absoluto de vítimas. Que tal?
O que não dá é esse vai e vem de famílias ano a ano sem vislumbrar uma esperança de novo horizonte. Da maneira como sempre vem sendo feito, traz sempre desgastes das pessoas; perdas materiais e o transtorno de estar fora do lar com retorno incerto para suas casas.
Precisamos lutar pela dignidade de toda população vítima das enchentes e que a cada um seja garantido o direito a moradia segura e não tão somente ações imediatistas para dar um agrado temporário e no ano seguinte padeçam do mesmo castigo. MORADIA DIGNA JÁ PARA OS SEM TETO E OS MORADORES DE ÁREA DE RISCO!