ARANHA E MACACO NO JOGO DO RACISMO
Esse trocadinho no mundo dos humanos não deu certo dia 28 de agosto pelo primeiro jogo válido pela Copa do Brasil entre Santos e Grêmio. No mundo animal são animais distintos e que nem coabitam juntos como acontece com alguns roedores e ofídios. A única aproximação se dá apenas por nome que une duas espécies em uma para designar o nome do "macaco aranha" ou "aranha macaco". Mas, tratando sobre o episódio entre o goleiro e a torcida do grêmio, está mais do que claro (leitura
labial) nas imagens a agressão da moça contra o goleiro. Contudo, ouvindo sua
entrevista no fantástico fiquei pensativo:
Fantástico: Você já tinha passado
por essa situação?
Aranha: Centenas e milhares de
vezes. No futebol isso infelizmente é normal. (
Então concluo: porque foi omisso
em não ter denunciado milhares de vezes? Os focos de todos os jogos estão a favor
do jogador...
Porque no jogo do Grêmio? Ele
pensou nas agressões sofridas ou escolheu o “cenário ideal” na terra dos
brancos? Não poderia ter sido no eixo futebolístico Rio São Paulo? Ou
descarregar a fúria tem um sabor mais gostoso na terra dos imigrantes? O
goleiro pensou nele ou na competição que é eliminatória?
Não sou a favor de racismo, já
que eu seria um prejudicado com um apartheid ao modelo africano e americano, mas
sou papagaio de pirata pra repetir tudo que a imprensa reproduz pra mim.
Se houvesse preocupação com o racismo,
de fato do poder público os presidiários negros que superlotam as cadeia com
penas já vencidas já teriam sido resolvidas. Se houvesse de fato a preocupação
com isso há mais tempo não teria sido necessário a cotização de vagas nas
universidades para a inserção do negro. Se o poder público tivesse a
preocupação mesmo com a segregação disfarçada, já teriam tomado outras medidas
cautelares contra si mesmo que é o principal responsável pela marginalidade da
sociedade dos negros que ficam com as sobras e que sempre carrega o estereótipo
de coisa ruim. "É sempre um potencial suspeito de alguma coisa. Também não
sou a favor do radicalismo dos movimentos que querem recuperar séculos de
opressão em décadas à custa do "linchamento público" dos réus do
racismo. Não vai ser com o enfrentamento de um povo miscigenado que se vai
resolvido o problema nem ouvindo rap, como diz o goleiro para aprender a lidar
com o problemas, pois com ressalvas, este gênero como tantos outros só alimenta
o ódio e o revanchismo. Repito: há séculos somos massa de manobra dos interesse
econômicos de cada ciclo deste país, mas mesmo assim estamos no século XXI e
precisamos ser mais civilizados. A época da selvageria já passou. Se a
sociedade não procurar trabalhar isso nas escolas de verdade desde as séries
iniciais, vai ter sempre uma dentista na vida pra ofender alguém nos estádios,
na padaria, no açougue e em qualquer lugar. Deve entender que o racismo e
preconceito estão no coração das pessoas. E o que sai da boca é apenas um
reflexo do quanto o coração de muitos é mal. No entanto o que sai da boca de
alguns irresponsáveis, nada se compara ao racismo silencioso que é extremamente
excludente nas relações sociais. É neste silêncio que as vagas de trabalho
ainda são para os brancos, ainda que aparentemente, pregue-se a igualdade de
condições para todos. É neste silêncio que os empregadores ainda adotam a
beleza como requisito mínimo para a vaga, que preferem os olhos azuis e cabelos
loiros em detrimento do "cabelo bucha."
Será que só quem tem voz e pode
ser visto como vítimas são jogadores e astros da televisão? E os outros? Esta
execração pública vai resolver o problema nos estádios? Tudo indica que não. Basta
olhar para o povo supostamente educado, de bom nível cultural como os europeus que
vivem jogando bananas para os jogadores imigrantes. O racismo não é do futebol,
apenas os racistas encubados num encontro de massas, deixa escapulir em seus
lábios o que está no coração e mostra do que a sociedade está permeada em seus
diferentes ambientes.
Enfim, o futebol nem deveria ser
referência para esta causa já que diariamente as pessoas se ofendem pelos seus
times de forma irracional. (Os juízes e mães de juízes que o diga). Macaco é a
coisa mais branda que se tem numa discussão de torcedores fanáticos e não vai
ser agora que vai ser resolvido. Infelizmente ainda vamos ter muitas aranhas e
macacos pela frente para ter com os tribunais mundo afora.
Fonte da entrevista: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/08/eu-tenho-do-dela-diz-goleiro-aranha-sobre-jovem-que-o-ofendeu-em-jogo.html