domingo, 13 de outubro de 2013

ASSAULT IN LOTTERY AGENCY: ANOTHER ESCALATION OF INSECURITY IN ACRE - BRAZIL

ASSALTO NA LOTÉRICA: MAIS UM AGRAVAMENTO NA INSEGURANÇA DO ACRE - BRAZIL

Em assalto ocorrido numa loteria do centro da cidade, próximo da RosasFarma, dois assaltantes fizeram  25 reféns, sob ameaça de morte e disparos contra policiais que estavam do lado de fora. Teve inicio às 9h50min e durou seis horas, mobilizou a polícia e paralisou o centro de Rio Branco. Acabou sem vítimas por volta das 16h e 30 min, com todos os reféns liberados e os dois bandidos presos. Primeiro caso na história de que bandidos mantiveram um número tão grande de reféns, semelhante às grandes metrópoles brasileiras.

Depois do ocorrido em coletiva, os representantes das pastas de Segurança Pública do Estado exaltaram o "sucesso da operação" que resultou na rendição dos meliantes. Conforme fala abaixo, façamos uma análise:

“O Capitão Giovanni que negociava com os assaltantes comentou sobre as táticas usadas pela polícia. Ele frisou que em primeiro lugar é necessário preservar a vida das pessoas, aplicarem as leis e que estabeleceram a normalidade. ´Usamos as técnicas não letais, negociação psicológica e intervenção tática, frisou Giovanni.”

Primeiro - Quanto ao uso de técnicas não letais, todo mundo viu que não foi usado este meio, tido como último recurso em caso de extrema necessidade. Mas, intervenções táticas e psicológicas, talvez necessitem uma avaliação mais minuciosa por especialistas da área para definir o sucesso em seu conjunto;
Segundo - O fato de não ter saído ninguém ferido, ou algum óbito não representa sucesso absoluto dada as condições do evento. Ou seja, a avaliação das condições de risco envolvidos da área onde estava presente o meliante e o perímetro de entorno. É preciso dissociar apenas uma técnica acertada, conforme a lei de  preservar a vida com as demais técnicas que são "duvidosas".
Terceiro - Não se deve atribuir uma informação equivocada sobre atirador de elite (sniper) na PM. Uma coisa são agentes bons atiradores, assim como também tem bons atiradores que não são policiais e ambos não são sniper. Mas um sniper além de ser bom atirador é um agente bem treinado por agências nacionais ou internacionais como CIA e FBI. Então o fato de se ver muita gente com armas em punho com luneta mau posicionados e mau postados com a arma de grosso calibre com luneta não os coloca neste nível. Alias, poderiam até ter colocado em risco a operação se houvesse uma reação diferenciada da prevista e tomada de outro direcionamento daquilo que foi previsto. E segundo informações, em nosso Estado só temos dois sniper.
Quarto - Se o Centro da Cidade foi sitiado pela polícia para salvaguardar a integridade física dos transeuntes e frota veicular que circulava nas proximidades, erraram nos cálculos do perímetro de ação. Basta observar as fotos e chegar a conclusão que uma grande massa de pessoas estavam a menos de 100 metros. Resultado: um caos no transito e centenas de pessoas correndo risco do mesmo jeito próximo da área de crise.
Quinto - Cada negociador teve seu grau de participação, mas é intrigante num período de cerca de seis horas terem trocado três negociadores. É certo que esta função é desgastante e tensa, mas isto é válido para ambos os lados. O que deu de errado nisso hein!
Sexto - Apesar das vítimas não terem sido feridas ou levadas a óbito, o terror que cada uma delas passou é algo traumático para a vida toda. E é preciso que o Estado garanta até o fim o acompanhamento dessas vítimas  porque isso é uma "novidade criminosa" grave nos últimos anos e começa a nos assustar. Esse é um verdadeiro estado de terror que está aos poucos sendo implantado em nosso Estado.
Sétimo - Como é que pode numa situação de crise desta que precisa manter a segurança dos negociadores, possíveis pessoas que exercem influência na vida dos meliantes e do próprio policial me aparece um escudo? Ou policiais atrás de lataria de carro pra encarar uma ponto 40? 


E, de forma cautelar, houve as esperadas promessas já conhecidas em momento de comoção e temor da sociedade:

“Renir Graebner afirmou que ações da policia serão reforçadas. ´Nosso efetivo vai ficar ostensivamente nas ruas e os equipamentos de segurança vão ser reforçados nos próximos dias´, afirmou.”

Esse tipo de promessa de reforço policial ostensivo e reforço de equipamentos de segurança é um discurso um tanto “ocasional”. Embora seja o primeiro assalto com mais de vinte reféns de nossa história, mas não é o primeiro. Esse é o  preço que a sociedade está pagando pela falta de condições essenciais de trabalho de nossos policiais militares e civis. Quer prova disso? Nos desfile de 7 de setembro assistimos a cada ano aparatos militares novos, mas que com o passar dos tempos eles nem aparecem mais. Qualquer secretaria com orçamento limitado pode manter esses veículos? E o  combustível? E as balas? 
Outra evidência que mostra a população desprotegida é a redução do efetivo nas ruas. Nós só precisamos de policiais nas ruas em novembro e dezembro? Nessas épocas já vi circulando pelas ruas do centro até 2 policiais por esquina. Por que outros meses esse efetivo desaparece? Coisas que o governo precisa explicar e não seus secretários com suas respostas plásticas de cargo de confiança.


Dessa forma concluo dizendo que não considero a operação um sucesso absoluto pelo tipo posicionamento da arma e do corpo dos agentes visualizados em seus pontos "estratégicos; O princípio da negociação que levou a troca de negociadores; A falha na delimitação da área de crise (perímetro) e consequentemente avaliação de riscos para civis não observada com mais precisão; E, o postamento da arma incorretas sem suporte com policiais em pé ou escorados em motos ou em postes para lidar com táticas de tiro com manobras de reféns (um grave risco aos que estavam em poder dos sequestradores se os agentes tivessem que atirar nessas condições), foram as cenas mais estranhas para uma operação de sucesso.
Assim sendo, pensando num outro episódio, tá na hora do Estado investir em maior treinamento logístico para operações arriscadas para num ocorrer de se defrontar com delinquentes de alta periculosidade e virar uma catástrofe (não digo que estes não eram perigosos, mas mostraram amadorismo e até puseram suas vidas em risco com exposição de corpo e arma relaxada na mão ao alcance dos atiradores).

E não poderia deixar minha revolta com meliantes que provocaram o maior terror no nosso povo encarcerado dentro da lotérica sob ameaça e os caras depois ficam pousando sorridentes por trás das grades como se nada tivesse acontecido. Esse  é o nosso Brasil que aos poucos está sendo condenado por todos. Ninguém merece!!!






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